L. A. G. Senna · Biblioteca Eletrônica
Grupo de Pesquisa Linguagem, Cognição
Humana e Processos Educacionais.
Resultado de busca: TESES DE DOUTORADO (Fonte:
Programa de Pós-Graduação em Educação / UERJ)
Search result: DOCTORAL
DISSERTATIONS (Source: Graduate
Program of Education / UERJ)
MARIA LETÍCIA CAUTELA DE ALMEIDA MACHADO
Introdução: Essa pesquisa situa-se no campo
epistemológico da Fonoaudiologia Educacional. A prática fonoaudiológica no
Brasil tem sua gênese vinculada a medidas de uniformização e normatização da
língua. As ações fonoaudiológicas foram, desde a sua origem, influenciadas pelo
positivismo e pelo pensamento naturalista, o que se traduziu em uma atuação,
marcadamente, clínico-médica e numa concepção normativa de desenvolvimento e
aprendizagem da escrita. Esforços têm sido empreendidos para se instituir no
campo educacional uma atuação fonoaudiológica diferenciada, que se destitua do
caráter curativo e normativo e se volte para a promoção do processo de ensino-aprendizagem.
No entanto, apesar dos esforços em busca da modificação e ampliação da atuação
fonoaudiológica educacional, esse caráter clínico-médico persiste. Entende-se
que tal perpetuação é sustentada por paradigmas enraizados e mantidos até hoje
na formação do fonoaudiólogo e do educador. Trata-se de visões que
universalizam questões relativas à linguagem e ao processo de aprendizagem da
escrita e medicalizam padrões que se apresentam fora
do esperado como normalidade. Objetivo: Caracterizar a natureza e a
representação da escrita alfabética, visando a contribuir para a superação da
cultura naturalística e biologizante na abordagem das
questões sobre a aprendizagem e o domínio da língua escrita no campo da
Fonoaudiologia Educacional. Metodologia: Pesquisa científica de base
teórico-conceitual. Resultados: Essa pesquisa revela que o sistema estrutural
da escrita constitui um fenômeno com propriedades gramaticais e
representacionais que se distinguem da fala. Evidencia-se que a relação entre a
língua escrita e a língua oral não é direta, de tal modo que a escrita
alfabética não é uma transcodificação da fala. Além
disso, essa tese sustenta que a natureza da escrita não é biológica, mas
eminentemente cultural, de tal maneira que sua apropriação e domínio constituem
um processo conceitual singular. Tal concepção implica o entendimento de que
diferentes sujeitos socioculturais interagem e conceituam a escrita de modos
diversos. Essa diversidade ocorre porque sujeitos sociais plurais apresentam
modos diferenciados de organização e operação mental que, por sua vez, implicam
diferentes formas de interação com o mundo, com o outro e com a escrita,
resultando em diferenças individuais na estruturação e no uso da fala e da
escrita. A partir desses conceitos, sistematizam-se princípios norteadores para
a constituição de uma atuação fonoaudiológica educacional, no campo da escrita,
destituída de qualquer caráter clínico-médico. Conclusões: O entendimento de
que a apropriação da escrita não tem natureza biológica permite a compreensão
de que os diferentes modos de escrita não podem ser validados por regras
universais baseadas em um sistema mental apriorístico, nem, tampouco,
considerados produtos de uma condição de anormalidade intrínseca ao sujeito.
Essa tese demonstrou que a manutenção de uma concepção de um determinismo
biológico para as dificuldades na aprendizagem ou domínio da escrita, na
verdade, envolve uma questão paradigmática. Enfim, os parâmetros que definem as
categorias do que é 'normal' e do que é 'anormal' na estruturação e no uso da
escrita não são regidos por princípios biológicos, mas por categorias
paradigmáticas. Assim, a ideia de um distúrbio de aprendizagem da escrita se
sustenta somente sob determinado paradigma.
Palavras-chave: Fonoaudiologia Educacional. Linguagem. Escrita. Fala. Distúrbio
de aprendizagem. Modos de Pensamento.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
22 de fevereiro de 2013
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VALDECY MARGARIDA DA SILVA
A presente pesquisa objetiva caracterizar os
aspectos teóricos necessários à formação inicial e continuada dos professores
alfabetizadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para tanto, foram
tomados como aspectos a serem investigados: os marcos teóricos abordados na
formação dos professores da EJA da Secretaria de Educação do Município de
Campina Grande/PB; o perfil dos sujeitos professores alfabetizadores da EJA
(formação inicial e continuada); o papel do estudo sobre a construção das
identidades na EJA para a formação do professor alfabetizador dessa modalidade
de ensino; aspectos do problema na concepção de alfabetização derivados do não
conhecimento das diferenças gramaticais entre Língua Escrita (LE) e Língua Oral
(LO) e o lugar dos direitos linguísticos dos sujeitos das culturas orais e o
lugar da escrita na vida desses sujeitos. Na tentativa de reconstruir teoria,
conceitos, objetivando aprofundar fundamentos teóricos no campo da
alfabetização e do letramento na formação de professores alfabetizadores,
optou-se pela pesquisa teórico-conceitual, bibliográfica, de cunho
explanatório. Além da pesquisa bibliográfica, foram utilizadas contribuições da
vivência da pesquisadora como professora da Educação de Jovens e Adultos da
Rede Municipal de Ensino e observações dos encontros de formação continuada da
EJA no município. Na tentativa de caracterizar os aspectos teóricos necessários
à formação inicial e continuada dos professores, recorreu-se, ainda, à análise
documental - Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal de Campina Grande e a Composição Curricular do Curso de
Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba; universidades de
origem dos professores da EJA do município. O estudo revelou que a maior parte
dos professores e demais agentes escolares que atuam na EJA não têm uma
formação específica nessa área e realizam o seu trabalho pedagógico utilizando
o que sabem sobre a escola das crianças. Isso porque a formação dos professores
que atuam na EJA é, na maioria das vezes, insuficiente, aligeirada e situa-se
fora de um projeto político que reflita e busque alternativas para a questão da
inclusão desses alunos.
Palavras-chave: Oralidade e Letramento. Alfabetização. Educação de Jovens e
Adultos. Formação de Professores. Identidades. Sociolinguistica
Variacionista.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
16 de março de 2012
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FÁTIMA TEREZINHA SPALA
Os processos de aprendizagem da língua escrita envolvem
aspectos políticos, sociais, culturais e históricos que determinam fatores
complexos a considerar quando se reflete acerca da alfabetização dos sujeitos
da educação carioca. Os estudos reunidos nesta tese se vinculam à perspectiva
de fundamentação histórico-cultural e procuram compreender aspectos da
aprendizagem da língua escrita, mais especificamente, a escolarização da
cultura escrita nos processos de alfabetização. O objetivo do estudo aqui
apresentado é definir os aspectos que dão corpo a uma teoria aplicável aos
processos de alfabetização, com vistas à formular um
conceito teórico capaz de produzir conhecimentos que sirvam à aprendizagem e ao
ensino dos alunos e professores da rede pública de ensino da Cidade do Rio de
Janeiro. A partir de uma perspectiva inclusiva, observo e pesquiso os aspectos
singulares dos processos de apropriação da língua escrita, relacionando-os aos
diferentes sujeitos e culturas e aos diferentes sentidos de mundo que definem
as suas formas e modos de cognição, como possibilidades de descobertas sobre os
alunos e suas inserções no mundo da cultura escrita. O conhecimento, a
significação e a cultura são a essência e estão no centro das representações
que os indivíduos fazem dos seus mundos e das informações que deles recebem e
constituem o objeto deste estudo. Estudar e pesquisar os processos de
apropriação da língua escrita, quando vinculados à representação mental que os
alunos fazem dessa escrita e a forma como ela é representada em suas culturas,
revelou que a apropriação que os indivíduos fazem da realidade na qual estão
inseridos é, sempre, uma ação inteligente, resultante de comparações, análises
e impressões. Voltando o olhar para os regisros escritos dos indivíduos em fase inicial de
aprendizagem da escrita, mesmo que divergindo da forma alfabética convencional,
esses refletirão as concepções, os valores e os conceitos que se pode elaborar
acerca do que a escrita representa e como se dá essa representação em seus
mundos. Quanto mais estático, ordenado e linear o modo de pensar e de organizar
as experiências, mais afinado estará o indivíduo com a escrita
alfabética/convencional, tendo em vista que a perspectiva de repouso e
estabilidade alinhada a esses indivíduos, além de responder pela forma de
construção de suas realidades, possibilita a construção de escritas
alfabéticas, já que opera com lógicas compatíveis e inteiramente ajustáveis uma
a outra. No outro extremo, quanto mais dinâmico e simultâneo for o modo de
pensar e de organizar as experiências, mais afastado estará o indivíduo da
escrita alfabética, pelas razões proporcionalmente inversas às apresentadas.
Admitir que a escrita esteja relacionada ao lugar que ela ocupa nas sociedades
e aos grupos sociais, implicou reconhecer que esses lugares e os sujeitos não
são os mesmos, por isso, os modos de constituição e representação da escrita
são diferenciados e heterogêneos.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
28 de janeiro de 2015
. . . . . . . . . .
Maria do Socorro Martins Calháu
escritores proficientes durante sua trajetória
escolar e ao longo de suas vidas, focalizando
particularmente o processo de aprendizagem vivido por eles nas Classes de
Alfabetização.
O trabalho discute, principalmente, as razões pelas quais o projeto social de
integrar
pessoas não-alfabetizadas à cultura letrada não tem conseguido
promover a
transformação que promete. O estudo debruça-se sobre a história da EJA, a
identidade
dos alunos, seu modo de pensar em confronto com a natureza da ciência, e sobre
sistemas
de produção de conhecimento, tendo por interlocutores os documentos que
fundamentam
essa modalidade de educação e a prática diária da sala de aula. A pesquisa
reflete sobre as
questões da linguagem, da escrita e do poder, tendo como pano de fundo o
processo de
gramatização das línguas e as bases teóricas levadas
em conta na concepção dos métodos
de alfabetização e de ensino da Língua Portuguesa. Todas essas questões
encontram-se no
âmbito de uma Escola de origem européia, que não
sistematiza nem valida o seu fazer
acumulado de muitos anos, além de não possuir um referencial teórico adequado
que a
explique de forma coerente com a sua realidade.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
30 de maio de 2008
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Paula da Silva Vidal Cid Lopes
ESTADOS DE ESCRITA: CONTRIBUIÇÕES À
FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES.
Esta tese apresenta contribuições teóricas ao campo
de formação de professores, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de
fenômenos associados aos chamados “erros produtivos” observados na produção
escrita de alfabetizandos em classes de Educação de
Jovens e Adultos. Seus capítulos organizam-se em cinco partes, a saber: a) os
argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos
erros, compreendidos como fenômenos, que, uma vez conhecidos pelo professorado,
passam a ser devidamente assistidos no processo de alfabetização; b) a
alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do
professor; c) os métodos e paradigmas para uma relação teoria-prática na
alfabetização; d) o erro, entendido como um limite provisório e não um fator
determinante; e) a língua escrita nas práticas escolares. A partir dos estudos
realizados, conclui-se que a formação do professor não oferece o suporte
necessário para a compreensão da natureza dos estados de escrita dos alunos.
Esta ausência na formação pode também ser observada nos estudos nas áreas da
Alfabetização e do Letramento, que dificilmente vão além de uma proposta
político-pedagógica, não chegando a nenhum tipo de estrutura material
observável na produção escrita do sujeito em processo de alfabetização ou de
letramento. Muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as
escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as
intervenções necessárias. Sugere-se neste trabalho a superação do reducionismo
subjacente à noção de erro e a descrição de um conjunto de estados de escrita
que permita ao professor: discriminar comportamentos associados a diferentes
momentos da alfabetização e do letramento; identificar tais comportamentos, de
modo a caracterizá-los tanto linguisticamente quanto os fatores concorrentes
para sua ocorrência na produção escrita dos estudantes. Ressalta-se, no
entanto, que não se trata de uma categorização com o objetivo de “modelar”
comportamentos de escrita, mas sim de compreender a motivação de seus erros em
contexto escolar de educação de jovens e adultos, particularmente na rede da
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a partir da qual este
trabalho se motiva.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
01 de março de 2010
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Andréa de Farias Castro
INFORMÁTICA, ARTE E CULTURA ESCOLAR:
RESGATANDO ESPAÇOS NA CIVILIZAÇÃO CIENTÍFICA
Para que se possa levar a cabo a função escolar de
transmitir ao conjunto da sociedade - numa perspectiva inclusiva - os
conhecimentos produzidos e acumulados pelo homem ao longo de sua história, é
necessário que as instruções educacionais tenham em conta a diversidade dos
processos de produção de conhecimentos, de aprendizagem e de compreensão, seja
por conta das especificidades dos próprios tipos de conhecimento, seja por
conta das especificidades culturais que diferenciam os sistemas sociais um dos
outros. O estudo ora apresentado motiva-se a partir da percepção de que a
experiência de formação escolar tende a reduzir toda e qualquer forma de
manifestação cultural - saberes e formas de expressão - à uma estrutura própria
dos sistemas educativos, retritamente marcados pela
influência da cultura científico-cartesiana, banindo ou alienando tudo aquilo
que não for assemelhável ao modelo de Razão defendido na Idade Moderna.
Sustenta-se aqui a tese de que a legitimação da informática e da arte na
educação formal constitui um marco objetivo na superação dos limites hoje
determinados pela escola para fins de inclusão de sujeitos em diversidade
cultural. Isto se justifica através do fato de que a informática aplicada à
educação proporciona tanto aos sujeitos de cultura narrativa, quanto àqueles
mais orientados pela cultura científica, iguais oportunidades de inclusão no
sistema escolar e na sociedade. Por entendermos que os processos de criação -
que se agregam historicamente tanto às práticas de produção artísticas quanto
às da ciência - contribuem indistintamente para as inovações estéticas e
tecnológicas, apresentam- se neste trabalho as bases teóricas que fundamentam e
justificam a informática como um domínio curricular com objeto próprio na
Educação Básica. Neste sentido, adotou-se por estratégia promover um estudo
comparativo entre o desenvolvimento histórico e pedagógico das áreas de Artes e
Informática, ambas tomadas como linguagem de forte potencial no desenvolvimento
do sujeito contemporâneo.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
19 de maio de 2006
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ROSELY DE OLIVEIRA MACÁRIO
LEITURA E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE
LEITORES EM EJA
O presente trabalho objetiva apresentar e discutir,
com base na pesquisa do tipo bibliográfica, um embasamento teórico pautado em
diferentes vertentes no campo da literatura acadêmica interdisciplinar que
possibilitem caracterizar os processos de formação de leitor que tratam do ato
de ler com vistas a atender o alunado no 1º segmento do Ensino Fundamental,
séries iniciais (1º ao 5º ano), em EJA. Sendo assim, tomam-se como objeto de
estudo as práticas de leituras destinadas ao desenvolvimento do leitor em EJA, considerandose a diversidade do seu alunado. No primeiro
capítulo, problematizam-se algumas vozes que permeiam a Educação de Jovens e
Adultos (EJA), disseminadas pela voz do aparato legal na área específica da
EJA, paralelamente às ações advindas de programas oficiais que tratam do ensino
e, particularmente, das suas respectivas matrizes curriculares. Em seguida, evidenciase, a partir das contribuições de Paulo Freire,
como o ensino de leitura na ótica da formação de leitores é concebido sob os
domínios da perspectiva freiriana, de modo a discutir sua interlocução frente
às perspectivas da formação de leitores na sociedade pós-moderna. No segundo
capítulo, apresentam-se algumas tendências envoltas no debate sobre currículo
escolar, buscando compreender as contribuições trazidas por pesquisadores que
fundamentam algumas propostas presentes na literatura educacional, buscando
responder aos desafios postos na modalidade EJA. No terceiro capítulo,
ressaltam-se algumas contribuições de pesquisas balizadas nas teorias dos
letramentos, bem como na valorização do uso dos gêneros textuais nas práticas
situadas da linguagem, transitando pela discussão acerca dos gêneros
multimodais derivada das múltiplas possibilidades do ato de leitura com a
utilização da linguagem verbal e não verbal em único texto. Nesse sentido,
sinaliza-se para a existência dos múltiplos ajuizamentos do ato de ler que são
realizados dentro e fora do âmbito escolar. No quarto capítulo, procura-se
definir as estratégias de leitura que se estabelecem entre ler textos,
desenvolver a compreensão leitora e aprender. Com este trabalho, busca-se dar
visibilidade a uma vertente teórica que, embora reconheça que o acesso à
leitura e à produção de textos orais e escritos seja uma das finalidades mais
específicas da Educação Básica do cidadão brasileiro, não desconsidera que o
aluno inserido em turmas da EJA, apesar das suas dificuldades de aprendizagem,
é também um agente de letramento, uma vez que realiza fora do contexto escolar
os verdadeiros atos de ler e de produzir textos nas práticas sociais de uso da
cultura escrita nas práticas de letramentos. Desse modo, busca-se discutir o
ensino de leitura em contexto de diversidade, atentando-se para o aluno como
sujeito social aprendente, leitor/produtor de textos, apesar de apresentar
severas dificuldades de aprendizagem, como é o caso do perfil do aluno da EJA.
Palavras-chave: Formação de leitor. Currículo escolar. Gêneros textuais.
Leitura. Estratégias de leitura. Ensino Fundamental. EJA.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
27 de fevereiro de 2018
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MARIA APARECIDA GOMES BARBOSA
MÍDIAS HIPERTEXTUAIS, PRODUÇÃO ESCRITA E
LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Esta tese tem como temática a produção escrita
atual nas mídias hipertextuais, partindo do pressuposto de que a academia
precisa dialogar com os múltiplos comportamentos linguísticos dos jovens multifocados alunos, que utilizam a escrita em um novo
espaço/tempo/suporte tecnológico: físico ou virtual, móvel ou estático. O
objetivo do estudo é identificar na escrita dos universitários características
que se coadunam com o modo de pensamento narrativo, com o intuito de subsidiar
e contribuir para que a academia possa perceber as vantagens dessa nova forma
de comunicação, dentro das limitações, no contexto acadêmico e ajudar a
melhorá-la diante da irrefutável realidade das novas mídias. Esta pesquisa foi
desenvolvida na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) com
estudantes de Licenciatura em Enfermagem, Geografia e Pedagogia visando levar a docência universitária a refletir sobre a possibilidade
de inclusão de uma relação pedagógica baseada na negociação de sentidos mediada
pelo mundo virtual, num processo de hibridização entre as tecnologias estáticas
- livros, cadernos, impressos - e a tecnologia digital, cujo suporte é a tela
móvel. Por meio do ensino-aprendizagem com base no pensamento cartesiano e
narrativo, pode-se levar o estudante universitário a transitar nos dois modos
de pensamento, com ampliação das possibilidades. Assim, destaca-se a
importância do professor universitário como agente de letramento acadêmico.
Entre os achados do estudo, verifica-se que a produção textual dos estudantes
dos cursos de Licenciatura privilegia o modo de pensamento narrativo construído
na relação universidade/mídias hipertextuais em espaços reais e virtuais,
isoladamente ou em redes sociais, com tempos de aprendizagens plurais, não
limitada aos intramuros da universidade, e a consequente necessidade de
reconhecimento pela universidade formadora da inclusão do aluno conectado e sua
escrita contemporânea.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
31 de janeiro de 2017
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SILVIO HENRIQUE VILELA
O MOVIMENTO HUMANO E SUA INTERFACE COM O
LETRAMENTO
O movimento humano, que é o tema dessa tese, teve e
tem um papel extraordinário na história do homem no planeta, e na sua própria
história de vida. Essa pesquisa, que situa-se em um
campo epistemológico comum à Educação e à Educação Física, tem o objetivo geral
de definir o papel do movimento humano no processo de letramento, com vistas à
formação do licenciado em Educação Física. Para isso, lança mão de uma
metodologia que se utiliza da pesquisa científica de base teórico-conceitual,
valendo-se do método de investigação de caráter qualitativo e teórico, para sua
construção. Como estratégia para o seu desenvolvimento, opto por uma construção
singular onde já na introdução discuto e defino os conceitos básicos que darão
suporte à tese, por isso essa parte toma um 'encorpamento'
maior em volume e importância. Os capítulos são construídos em formato de
artigos que, ao mesmo tempo em que se encerram em si mesmos, eles conduzem na
direção do objetivo maior da tese, o que se torna claro na conclusão geral da
tese onde construo as amarras entre os temas que foram discutidos. Assim, ao
investigar o movimento humano, a partir de sua ação para o desenvolvimento
cognitivo do sujeito, com o objetivo de dar sustentação à teoria que afirma
existirem interfaces entre movimento humano e letramento, foi possível debater
vários assuntos ligados ao corpo, à cultura, aos modos de pensamento, à
Educação Física e, logicamente ao movimento humano e ao letramento. Finalmente
essa pesquisa conclui a existência de uma ligação direta entre movimento humano
e desenvolvimento cognitivo do sujeito, o que leva também a possuir interfaces
claras e objetivas entre o movimento humano com o processo de letramento, na
medida em que a essência do letramento é ser um processo de desenvolvimento
cognitivo constante, instalado em uma determinada cultura. Finalmente, visto
como um objetivo interdisciplinar, o letramento se apresenta como um tema que
também deve ser considerado e buscado pelo professor de Educação Física
escolar, se tornando assim um agente de letramento na escola.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
27 de abril de 2015
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VIVIAM KAZUE ANDÓ VIANNA SECIN
Introdução:A educação inclusiva impõe a reflexão sobre os
aspectos multidimensionais relacionados à oralidade e ao processo de
letramento. A busca pelo conhecimento através da leitura e da escrita exige,
entre outros aspectos, um adequado controle da motricidade ocular, objeto de
estudo da Ortóptica. O desenvolvimento do sistema sensoriomotor da visão é influenciado por aspectos inatos e
adquiridos, não sendo a binocularidade uma condição
necessariamente universal. Objeto: Essa pesquisa tem como objeto de estudo a
diversidade visual dos alunos culturalmente plurais da escola brasileira,
expressa em termos ecológicos em seus distintos modos de ver e interagir no
mundo, não necessariamente alinhados às demandas visuais da cultura escrita.
Objetivos e métodos: Essa investigação de base sócio-interacionista
vygotskiana e de perspectiva ecológica baseada em Gibson,
Ingold e Senna, tem por objetivo construir o conceito
do olhar ecológico, uma singularidade visual própria aos diferentes sujeitos
culturais da escola brasileira, caracterizando-o em termos funcionais
binoculares através de um estudo ortóptico seccional
descritivo e comparativo entre 99 sujeitos indígenas de cultura
predominantemente oral (membros da aldeia guarani mbya
de Sapukai - Angra dos Reis, RJ) e 59 sujeitos
não-indígenas estudantes universitários do estado do Rio de Janeiro, de cultura
predominantemente letrada. Resultados: O estudo revelou a existência de
diferenças significativas nos controles do alinhamento binocular para perto, da
convergência binocular proximal e da capacidade de convergência máxima, havendo
perfil binocular mais divergente no primeiro grupo e mais convergente no
segundo grupo, apontando custos visuais diferenciados aos processos de
letramento. Conclusão: Foi caracterizada a existência de uma Etnortóptica pelo reconhecimento de uma diversidade
funcional binocular culturalmente determinada, ressaltando-se a necessidade de
se criarem políticas públicas inclusivas de educação e de saúde visual ortóptica, assim como novas estratégias interdisciplinares
que promovam a adequada transição dos diferentes olhares ecológicos ao olhar
educado da cultura escrita. Essa pesquisa atende a todos os alunos da educação
brasileira cujas experiências visuais pregressas são menos marcadas por
práticas culturais letradas, evitando os desagradáveis impactos visuais
sofridos em seus processos de letramento, em especial, aos sujeitos da Educação
de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Intercultural Indígena.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
22 de fevereiro de 2011
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TATIANA BEZERRA FAGUNDES
PARA UMA EPISTEMOLOGIA DA EDUCAÇÃO
ESCOLAR
Esta tese tem como objetivo anunciar uma
epistemologia da educação escolar. Partindo do pressuposto que a produção de
conhecimento relaciona-se aos contextos e aos sujeitos
através dos quais ela vai ganhando sentido, busca sustentar a ideia de que a
escola, com seus professores, alunos e demais atores, produzem conhecimentos.
Para chegar a esta afirmação percorreu um caminho que passou pela
problematização do conhecimento e sua configuração no âmbito da ciência moderna
até a discussão sobre os saberes docentes mediadas pelo campo denominado
epistemologia da prática. A atitude etnográfica é tomada como eixo do debate
que se desenvolveu ao longo de suas argumentações, sendo ela mesma
resultado do entendimento sobre a produção de conhecimento que se
apresenta nesta tese. A produção de conhecimento dos professores na escola
despontou como um fato para o universo acadêmico-científico a partir da
realização de pesquisas que culminaram no conceito de saberes docentes,
entendidos como saberes que são produzidos e mobilizados na prática do
professor e que vão ganhando cada vez mais legitimidade na epistemologia da
prática, que busca compreendê-los. No entanto, nas argumentações desta tese
encontram-se indícios da produção de conhecimento na escola que extrapolam os
limites e a circunscrição que lhes são dadas pelos saberes docentes e pela
epistemologia da prática. Esta produção não difere da forma de conhecer com a
qual se lida na academia, mas mostra condições mais efetivas de construção de
sentidos à educação básica e seus sujeitos, contribuindo de modo substantivo
para os processos de ensino e aprendizagem. Ao tomar como legítima esta
asserção, revela-se a emergência de que os estudos que tenham preocupações
semelhantes incluam-se na escola e entendam-se como parte dela, com seus
professores e alunos em seus processos de produção de conhecimento.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
28 de março de 2017
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Vanilda Maria Santos Teófilo
VERDADE E INCLUSÃO: PERSPECTIVAS NA
FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFESSORES
Esta tese discute a problemática dos processos de
formação inicial de professores, considerando o impacto do conceito científico
de verdade, tanto sobre a conformação da instituição escolar na sociedade
moderna, quanto sobre as políticas de inclusão de minorias sociais na educação
formal. Investigações, ora relatadas, constataram que os conteúdos, a escola e
os professores são produto de determinações da cultura científica, em
detrimento de toda uma trama de valores e lógicas não científicas,
materializada no cotidiano escolar por intermédio do cotidiano extra-escolar trazido pelos alunos. Justifica-se, assim, a
necessidade de que o professor seja levado a identificar seus alunos como
sujeitos sócio-históricos e, nessa direção,
caracterizar a complexidade do processo de construção do conhecimento. Como
base desta conscientização, defende-se a necessidade de se operarem, na
formação de professores, estratégias que fomentem o encontro de múltiplas
verdades de mundo, junto às quais identificam - se os sujeitos sociais em
demanda por inclusão social.
DATA DA PUBLICAÇÃO:
27 de abril de 2007